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Paraguay e finalmente o calor / trans-chaco \

Foto do escritor: CatarinaCatarina

Entramos no Paraguay de forma abrupta e ainda meio abananados com a Bolívia.

Conseguimos passar a fronteira sem ter papeis para a Levi, o que nos permitiu poupar uma pipa de massa e evitar voltar 150 km para trás!



O primeiro dia no Paraguay foi dedicado a recorrer o primeiro troço da trans-chaco, a estrada que corta a zona mais árida paraguayana e une Bolivia a Assunção, passando pelas colónias menonitas. Sem dinheiro, pois o nosso cartão não funcionou no único mb num raio de 600 km, paramos em frente aos militares de Mariscal, perguntando se era seguro pernoitar ai, não sabendo muito bem se estávamos mais seguros perto ou longe dos militares. As nossas dúvidas foram dissipadas pois Pedro, o militar, engraçou connosco e estivemos imenso tempo à conversa. Assim nos inteiramos que na selva perto de Concepcion há guerrilhas armadas, que trazem muitos problema aos militares. “Que reivindicam?” perguntamos “Nada de especial, só querem espalhar a confusão”. Claro que não acreditamos, mas agradecemos a conversa e fomos para o nosso ninho, aproveitar a primeira noite de portas e janelas abertas.



No dia seguinte fomos até Filadelfia, uma colonia menonita grande, com muitos bancos disponíveis. Infelizmente chegamos num sábado à hora do almoço, o que quis dizer que nem o museu nem a cooperativa que queríamos visitar estavam abertos. Em cima, começou uma tempestade de areia que tornou o interior da nossa carrinha numa verdadeira praia!

Contentamo-nos com uma pizzaria, mais para fugir à areia do que por vontade de pizza e seguimos viagem em direção a Assunção.



A estrada é um verdadeiro desafio, apesar de ser asfaltada, pela força da natureza em alguns troços o asfalto está completamente esburaco, mas de tal forma que o Pedro muitas vezes teve de parar para atravessar os buracos! Foi divertido no inicio, mas rapidamente se transformou num inferno. Porém, a paisagem compensou o transtorno: quilómetros e quilómetros de árvores, arbustos e animais exóticos. Agora sabemos que eram chorisias, as árvores que mais nos impressionaram. São verdadeira criações da imaginação: tem espinhos no tronco, ramos sem folhas e frutos que parecem peras! Um cenário onírico.



Nesta região tivemos também a oportunidade de ver taguas, um bicho muito estranho, do tamanho de um porco regular, mas com espinhos em todo o corpo e com focinho de pouquinho da índia! Têm os olhos tão negros que em vez de orbitas parecem buracos!



Nessa noite jantamos num parador que estava cheio de gente jovem, a jogar jogos tradicionais. Quando nos sentamos para comer, ofereceram-nos um combo de comida tradicional. Só passado algum tempo percebemos que era a noite de S. João! Apesar de estarmos com muitas saudades dos nossos amigos e da nossa família este pais é tão interessante que nos fez aguentar um bocadinho melhor estarmos longe do Porto nesta noite (:

Depois de mais um dia estafante de condução chegamos por fim a Aregua! Como era já bastante tarde ficamos a dormir em frente aos bombeiros e à Bio-Escuela Popular El Cântaro e no dia seguinte apresentamo-nos nem Arigua, granja agroecologica!



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