11, 12 e 13 de Maio, 2018
Os três últimos dias foram dedicados ao curso de Domo, aquele que trocamos com a Caro e o Felipe por um video.
Foi bastante intenso e estivemos tão embrenhados que nem conseguimos ver o nosso amigo Borja, que se foi embora de Santiago no Domingo.
Ficamos a dormir no mesmo sitio do curso, um espaço de ioga que seria mais do que perfeito se à noite não libertassem os cães no quintal, prendendo-nos dentro da nossa própria carrinha (ahahah).
No primeiro dia, sexta-feira, o curso começava às 19h. Saímos de Ilha Negra ao meio dia e, mesmo assim, conseguimos chegar atrasados! O transito em Santiago é de loucos. O que nos valeu foi que a Caro também não chegou a horas, ufa!
Este primeiro dia foi dedicado à geometria sagrada. O Pedro já conhecia, eu não e fiquei fascinada. Esta geometria não faz mais do que imitar o que de mais estável existe no mundo: a natureza. Baseia-se portanto nos padrões da naturais, as formas da criação, que podem ser distintas: espiral, radial, circular, etc… imitando-os em construções e estruturas.
Começamos a trabalhar o triângulo do ser, do qual já falei num post anterior: começamos por construir com palitos de espetadas uma pirâmide, que simboliza o sentir, o amor; depois transformamos essa pirâmide num octaedro que simboliza o pensar, a sabedoria e por fim acabamos com um cubo, símbolo da ação ou da vontade. Esta tríade também se expressa como som, luz e forma, respectivamente.
Terminado o exercício em grupo e já eram horas de arrumar. Pusemos a conversa em dia com a Caro e despedido-nos para uma revigorante noite de sono.
O dia seguinte teve a sua manhã dedicada à teoria geodésica, que quer dizer medidas da mãe terra.
Uma curiosidade, domo em latim significa casa mas em mapundungu quer dizer mulher.
Aprendemos que para a construção de domos só se trabalham com sólidos platónicos, ou seja que se possam inscrever dentro duma esfera e preferencialmente icosaedricos.
Em traços gerais, para se construir um domo é necessário saber com que tipo de conexões se quer trabalhar, qual a área e qual a frequência necessária. A frequência é o numero de partes em que se pode dividir as faces triangulares do icosaedrico, quanto maior mais perto de uma esfera perfeita está.
Depois de um almoço de empanadas seguimos com um exercício em grupo: construir um domo à escala real! O nosso grupo apostou na megalomania e construiu um domo de 30 metros de diâmetro de frequência 3. Fomos os últimos, mas os mais felizes (:
Estes dois primeiros dias foram facilitados pela Caro que Domingo se revezou com o Felipe.
Assim, no nosso ultimo dia de curso aprendemos sobre assentamentos e finalizações: as partes mais difíceis!
O Felipe ensinou-nos a fazer contenções com pneus, ripio e ferro, superadobe, cimento, entre outras opções. Quanto às finalizações, dependem muito do orçamento e gosto pessoal, nós gostaríamos muito de fazer o isolamento e o reboque em barro - como eles têm na sua casa. É extremamente importante conhecer bem o clima e o tipo de solo onde se vai construir, pois esses factores influenciam as totalmente as opções disponíveis.
Tivemos um ainda um momento para desenhar em grupo as zonas de um projecto comum, o que me recordou muito as manhãs que costumava passar em criança a desenhar e imaginar casas. Interessante constatar que era precisamente com formas naturais e fluidas que eu imaginava as minhas casas. Ou esta geometria é de facto tão natural que é inerente às crianças ou é muito naive e remete para esse mundo infantil
Finalizamos com a construção de um pequeno domo real, em conjunto, com 3 metros de diâmetro de frequência 3. Foi rapidíssimo de montar!!! 10 minutos e pronto! Para desmontar é que já levamos um pouco mais, ahah.
Divertimo-nos muito e aprendemos ainda mais!
Sentimos que ainda não somos experts (cofcof) mas para lá caminhamos (lembram-se da empresa que o Pedro que abrir?).
Por agora há que montar o video e seguir com a aventura!
Vamos ter muitas saudades da Caro e do Felipe e estamos-lhes muito gratos por tudo o que nos ensinaram __/\__
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