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Isla Negra: a escola e o casal de viajantes

Foto do escritor: CatarinaCatarina

10 de maio, 2018

Hoje foi o dia mais bonito, o que concentrou mais expectativas que tinha para esta viagem.



Acordei sabendo que amanhã nos vamos encontrar com a Caro e o Felipe, para o curso de domo e este reencontro é como voltar a ver amigos - os mais próximos que já tivemos na America do Sul.

Comemos um bom pequeno-almoço, rico e saudável e fomos conhecer um espaço maravilhoso: a Escola Aberta Índigo. Chegamos a esta escola através do Marcelo, que conhecemos na cerimónia quando nos deu boleia para voltar à quinta e nos contou que é professor numa escola alternativa onde o amor é o pilar essencial. Ficou-nos a pulga atrás da orelha, ainda mais por ficar perto da outra casa do Pablo Neruda (nesta não entramos, mas o entorno é ainda mais surpreendente do que a Sebastiana) e assim que nos fartamos do ambiente no voluntariado, zarpamos para aqui.



A Escola Aberta Índigo é um lugar de facto especial, nasceu pela mão da Naomi e do Enrique que trabalham com crianças há muito muito tempo, inclusivamente durante a ditadura militar fizeram parte do PIDEE, um projecto de apoio aos filhos dos presos e desaparecidos políticos. A metodologia desta escola segue três correntes principais: o construtivismo de Vygotsky, a biologia do amor de Humberto Maturana e a pedagogia crítica de Paulo Freire. Tem cerca de 50 crianças entre os 2 e os 14 anos, divididas em 6 salas distintas. Não há obrigatoriedade de permanecer na sala de aula nem de seguir uma tarefa até à exaustão. Começam todas as manhãs com um circulo de energia onde compartem emoções e fazem meditação conjunta. A semana é dividida entre temas como geometria sagrada, ioga, matemágica, música, horta, leitura, entre outros. As crianças estão visivelmente felizes e os professores também.

Falta financiamento, no entanto. Apesar de cada criança pagar cerca de 120€/mês o dinheiro nunca chega.

Percorremos todas as salas, participamos no taller de murga (musica + circo + teatro) e tivemos ainda a sorte de ter a história contada na primeira pessoa, pela Naomi.



Com o coração cheio da escola e e os olhos inundados do parque Cantalao do Neruda, fomos para a praça central apanhar net publica. Surfávamos aleatoriamente quando fomos abadados pelo Marco, um viajante experiente, agora ubicado a apenas duas quadras da praça, que nos convidou para um café! O Marco e a Karen foram super amorosos connosco e estivemos imenso tempo a conversar e trocar ideias de rotas e lugares a visitar, uma vez que eles já viajaram a América do Sul numa T3, como a nossa antiga!

Depois de tomarmos banho (insistência deles) partilhamos uma once e mais conversa sobre terapias alternativas, consciências distintas e vida além da terra. Agora, o seu sonho é recorrer o continente com uma caravana de várias famílias e ir apresentando um espectáculo teatral, em cada paragem - que linda ideia (:

No final ainda nos ofereceram um pêndulo de quartzo feito pelo próprio Marco - sem palavras!

Agora estamos na carrinha, estacionados no seu quintal, com a sensação boa de estarmos em família e desconfiados de que o abuelito que ainda está em nós teve algo a ver com este dia (:



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